Estratégia, essa palavra que às vezes parece uma coisa inatingível ou demasiado difícil para sermos nós a fazer. Parece que a estratégia só pode ser aplicada, por quem sabe muito sobre o assunto… ou pelo menos alguns gostam que seja visto assim.
Vamos simplificar e ver as coisas como são.
A minha opinião é que qualquer um de nós, pode e deve fazer estratégia.
Segundo o dicionário de língua portuguesa Priberam, estratégia significa ” Combinação engenhosa para conseguir um fim”. Ora, segundo esta definição todos conseguimos fazer, certo? Até as crianças inventam combinações engenhosas para alcançarem os seus fins! E são bem criativos!
Claro que a estratégia pode ser algo simples ou algo bastante complexo, mas quando falamos do nosso dia-a-dia, de pequenos negócios, de marcas pessoais, a estratégia aprende-se fazendo! Como tudo na vida aliás!
ORGANIZAR
O primeiro passo para uma estratégia bem definida é organizarmos as nossas ideias e traçarmos objetivos. O que queremos alcançar? Como é que vamos lá chegar?
Os objectivos devem ser claros e simples. Estruturar ideias e acções, numa linha de tempo, ajuda-nos a perceber onde podemos melhorar, como podemos fazer diferente e planificar.
Eu gosto do sistema de objectivos SMART (Specific, Measurable, Attainable, Realistic e Timely – que é o mesmo que dizer que os objectivos devem ser bastante Específicos, Mensuráveis, Alcançáveis, Realistas e Temporais).
Um exemplo de objectivo SMART pode ser: “Não quero ter de cozinhar durante a semana por isso quero ter as refeições da semana todas preparadas ao domingo”. É específico, a medição é feita pelo facto do objectivo ser cumprido ou não, é alcançável, é realista e tem um tempo para ser concretizado.
Um objectivo que não é SMART seria: “Quero ganhar o primeiro prémio do Euromilhões, esta sexta-feira”. Pode ser um objectivo específico (primeiro prémio), conseguimos medir o seu sucesso (ganhar ou não), existe uma probabilidade de alcançar, temos uma data específica, mas não é realista pois não somos nós que controlamos!
Um objectivo SMART deve ter em conta diversas variáveis, incluindo aquelas que nós conseguimos controlar.
Eu costumo criar uma grelha com a definição de objectivos, numa linha temporal. Como sou uma pessoa mais visual ajuda-me a ter uma visão mais global.
Depois faço o oposto, desconstruo e defino pequenos passos. Isto porque, por vezes, os objectivos parecem-nos demasiado grandes, demasiado impossíveis, começamos a arranjar desculpas e acabamos por não os cumprir. Por isso a melhor solução é mesmo desconstruir ao máximo, e mais uma vez organizá-los numa linha de tempo. Isso reduz a frustração e à medida que vamos alcançando algumas metas vamos ficando mais motivados para continuar!
São os chamados “baby steps”, que a partir de hoje talvez possam passar a ser “smart steps”! 😉
ESTUDAR
Este é um ponto fundamental em qualquer estratégia. Estudarmos o Mercado/Tema (o que está ao nosso redor), ver o que há de semelhante, como fazem os nossos concorrentes e/ou amigos, como fazem outros negócios ou pessoas que gostamos? Às vezes achamos que temos uma ideia inovadora e quando começamos a pesquisar vemos que há quem já tenha feito, pelo menos semelhante.
Devemos reflectir e escrever sobre isto, pois a escrita é uma boa aliada do pensamento e da criatividade. Colocar no papel a forma como vemos os outros, o que fazem bem e mal, o que tiramos de melhor exemplo de cada um, ajuda-nos à auto-reflexão e a planear. Mais à frente facilita-nos a avançar com confiança.
Depois de analisarmos o que nos rodeia (seja o Mercado, seja o ambiente que nos envolve) partimos para a análise do consumidor (ou a quem se destina a estratégia). Onde estão presentes no digital? O que gostam? Pelo que se interessam? Quais as suas tendências?
Aqui não vale usar o “achómetro”, é preciso procurar por estudos de mercado, tendências de mercado… ir mais além e procurar a fundo por informação factual e objectiva.
Após análise os pontos acima, devemos olhar para dentro (do nosso negócio, da nossa marca…) e perceber onde pudemos mudar? Estamos a ser iguais a tudo o que já existe (ou ao que sempre fomos)? O que precisamos de alterar? O que precisamos de inovar? Onde faz sentido eu estar presente e de que forma?
Com toda a informação acima já conseguimos começar a ter uma ideia de onde é que nos podemos diferenciar. O que é que podemos fazer de diferente? Porque é que os outros vão optar pela minha marca/serviço em detrimento dos outros? Às vezes a diferença está só mesmo em nós. Às vezes o produto ou serviço é quase igual, mas é a forma como o apresentamos que vai fazer com que o cliente opte por nós.
Assim em jeito de cliché e inspiração deixo-vos com uma frase da Maya Angelou (que adoro) e que faz muito sentido:
“As pessoas vão esquecer-se do que disseste, as pessoas vão esquecer-se do que fizeste, mas as pessoas nunca se vão esquecer de como as fizeste sentir!”
A Estratégia, para negócios (e para a vida), só é bem sucedida quando, depois de definidos os passos acima, vamos lá e fazemos. Vamos lá e aplicamos, tentamos, erramos, reconstruímos. Fazemos diferente, tornamos o que nos é difícil em hábito e o que é hábito em passado.